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JONGO: Uma Herança da Cultura Africana - Projeto apresentado à Universidade Harvard, em 2024, na "THE ALARI 3rd CONTINENTAL CONFERENCE ON AFRO-LATIN AMERICAN STUDIES".





"THE ALARI 3rd CONTINENTAL CONFERENCE ON AFRO-LATIN AMERICAN STUDIES"

III Encontro Continental em Estudos Afro-latino-americanos.

 

Objeto de Estudo - Jongo:

Título - Jongo: Uma da herança da cultura africana

Autor: Eufrate Almeida    



As manifestações culturais trazidas pelos povos africanos, em sua “bagagem”, quando aportados no Brasil, na condição de cativos, foram algumas das forças vitais e molas propulsoras, responsáveis pela sobrevivência ao trabalho forçado e aos castigos impostos pelo regime escravista.

A bagagem que eles trouxeram não foi no formato de objeto. Eles desembarcaram com que tinha no interior dos seus corpos, em sua alma: a religião, a culinária, os idiomas, a alegria, a musicalidade, a dança.

Neste momento eu utilizo os itens, musicalidade e dança, para apresentar o meu objeto de estudo, o Jongo.

 

 

The cultural manifestations brought by the African people, in their “baggage”, when they arrived in Brazil, as captives, were some of the vital forces and driving forces, responsible for surviving forced labor and the punishments imposed by the slave regime.

The luggage they brought did not come in the form of an object. They disembarked with what they had inside their bodies, in their souls: religion, cuisine, languages, joy, musicality, dance.

At this moment I use the items, musicality and dance, to present my object of study, Jongo.

Las manifestaciones culturales que trajeron los africanos, en su “equipaje”, cuando llegaron a Brasil, como cautivos, fueron algunas de las fuerzas vitales y motores, responsables de sobrevivir a los trabajos forzados y a los castigos impuestos por el régimen esclavista.

El equipaje que trajeron no tenía forma de objeto. Aterrizaron con lo que tenían dentro del cuerpo, en el alma: religión, gastronomía, lenguas, alegría, musicalidad, danza.

En este momento utilizo los elementos musicalidad y danza para presentar mi objeto de estudio, Jongo.

  

Jongo é uma dança, um rito, uma manifestação cultural afro-brasileira, essencialmente rural, praticado ao som de tambores. Segundo os músicos mais antigos, essa cultura deu origem ao ritmo mais popular do Brasil, o samba.

Jongo es una danza, un rito, una manifestación cultural afrobrasileña, esencialmente rural, practicada al son de tambores. Según los músicos más antiguos, esta cultura dio origen al ritmo más popular de Brasil, el samba.

Jongo is a dance, a rite, an Afro-Brazilian cultural manifestation, essentially rural, practiced to the sound of drums. According to older musicians, this culture gave rise to the most popular rhythm in Brazil, samba.

 

Olha vamos na dança do Caxambu
Saravá, jongo, saravá
Engoma, meu filho que eu quero ver
Você rodar até o amanhecer

Engoma, meu filho que eu quero ver
Você rodar até o amanhecer

O tambor tá batendo é pra valer
É na palma da mão que eu quero ver
O tambor tá batendo é pra valer
É na palma da mão que eu quero ver”.

Caxambu (Almir Guineto)

 

 

Apresentação-

O objetivo deste projeto de pesquisa é aprofundar o conhecimento sobre a cultura do Jongo, revelar a sua importância para o surgimento de outras manifestações culturais e ampliar as fronteiras dos saberes, acerca das curiosidades que envolvem a sua prática; sanar minhas inquietações e responder perguntas, tais como: de qual parte da África o Jongo é originário? Em qual região do Brasil ele instalou-se e desenvolveu? Como era a prática do Jongo na época da escravidão? Quem eram os seus praticantes?

 

Como o Jongo resistiu até os dias atuais?

 

O Jongo tem procedência no povo Bantu, que tem origem no Reino do Congo; que a sua prática se desenvolveu na região sudeste brasileira, onde encontram-se os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo; que o desenvolvimento do Jongo se deu, principalmente, nas fazendas produtoras de café, cultura que ocupou a mão de obra de grande parcela da população escravizada; que o Vale do Paraíba, região entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, até o final do no século XIX, foi responsável pela produção de 90% de todo o café brasileiro. Além disso, revelam ter sido naquela região onde foi criado o maior número de grupos de Jongo no Brasil. É baseado nas minhas indagações e nesses relatos, que buscarei elementos que fundamentem o corpus da minha pesquisa.

 

Há pouco mais de vinte anos, iniciei um trabalho de reportagem jornalística, de resgate da memória histórica das comunidades renascentes de quilombo dos Vales do Ribeira e do Paraíba, quando tive o meu primeiro contato com a cultura do Jongo.

Dez anos mais tarde, intensifiquei o interesse por essa atividade, com a produção de material audiovisual, resultando em um documentário sobre a comunidade jongueira de Arrozal, situada no município de Piraí, estado do Rio de janeiro. Desde então, mantenho estreita relação com comunidades jongueiras espalhadas pelos quatro estados que compõem a região sudeste.

As manifestações culturais trazidas pelos povos africanos aportados no Brasil, na condição de cativos, foram algumas das forças vitais e molas propulsoras, responsáveis pela superação do banzo, do trabalho forçado e dos castigos impostos pelo regime escravista.

A prática de cantigas e danças pelos cativos, como Umbigada, Lundu, Maxixe, Congada, Maracatu, Jongo entre outras, era um momento de descontração, um conforto para a alma, um alento para o corpo, após dura jornada de trabalho e a celebração da ancestralidade africana.

Como na maioria das manifestações culturais africanas e/ou afro-brasileiras, o Jongo é uma das culturas discriminadas, marginalizadas, satanizadas e que tiveram próximas do desaparecimento.

Para contar a história do Jongo, será necessário um mergulho na historiografia da formação do povo brasileiro, iniciada com o sequestro de africanos de suas terras e trazidos à força para o Brasil, como mão de obra escrava, a ser usada tanto na agricultura quanto na lavra garimpeira.

Os primeiros africanos aportaram no Brasil, entre 1536 e 1550, inicialmente, por meio do tráfico ultramarino, também conhecido como tráfico negreiro, trouxeram com eles diversas culturas: Músicas, rezas, crenças, danças, culinária, tradições e costumes, que compõem o universo das culturas afro-brasileiras.

Com seus tambores construídos, a partir de tronco de árvore e pele de animal, afinados ao calor da fogueira, o Jongo era o ritmo mais tocado no alto das primeiras favelas cariocas. Nas casas dos antigos sambistas, dos compositores de respeito e na velha guarda das escolas de samba, havia sempre rodas de Jongo.

Nos encontros entre jongueiros, havia sempre o ritual de improvisos a serem decifrados, momento em que surgiam os famosos versos de partido-alto, que eram criados na hora, pelo improvisador e, em seguida, respondidos pelo desafiante. Uma herança clara e inconteste das Rodas de Jongo.

Desde o início dos anos 1990, diversas comunidades jongueiras iniciaram uma grande batalha junto aos órgãos públicos, pelo reconhecimento do Jongo, como Patrimônio Imaterial Nacional, conforme esclarece o texto abaixo.

 

 “Em 2005, o Jongo no Sudeste foi registrado como patrimônio cultural do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional por reivindicação de comunidades jongueiras. O registro resultou do processo de articulação das comunidades e de valorização do Jongo/Caxambu nos Encontros de Jongueiros e na Rede de Memória do Jongo, criados respectivamente nos anos de 1996 e de 2000.

Em 2008, por decisão das comunidades jongueiras, a articulação das ações de salvaguarda do Jongo no Sudeste se materializou no Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, sediado na Universidade Federal Fluminense, em uma parceria

 

Em 2015, o projeto “Passados Presentes”, também aqui referenciado, possibilitou o desenvolvimento de ações de turismo de memória de base comunitária em três comunidades jongueiras e quilombolas integrantes do Pontão de Cultura do Jongo/Caxambu, as comunidades do Quilombo São José da Serra (Valença/RJ), a comunidade do Quilombo de Pinheiral (Pinheiral/RJ) e a comunidade do Quilombo Santa Rita do Bracuí (Angra dos Reis/RJ). As três recebem visitas de escolas e de universidades e contam com roteiros de turismo de memória elaborados pelas próprias comunidades.

 

Todas as referências e contatos serão indicados para quem tenha interesse em realizar as visitas.

As trocas de experiências e diálogos intensificados nas ações de salvaguarda, por mais de uma década, permitiram às famílias e às comunidades jongueiras potencializar com novas dinâmicas aquilo que fazem secularmente e que mantém o jongo vivo até os dias de hoje: seus processos de articulação e de resistência. Cada comunidade, a seu modo, segue dando continuidade às ações de salvaguarda do Jongo no Sudeste.

 

No Estado do Espírito Santo, o trabalho com comunidades jongueiras vem sendo desenvolvido pela Universidade Federal do Espírito Santo, por meio de grupos de pesquisa e de extensão, como o programa “Jongos e Caxambus: culturas afro-brasileiras no Espírito Santo”, vinculado à Pró-Reitoria de Extensão e ao NEAB (Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros). O estado conta com grande número de comunidades jongueiras. 

 

Por seus fundamentos, valores ancestrais e pela história de seus detentores, o Jongo foi registrado como uma forma de expressão de comunidades negras do Sudeste, formadas por descendentes de africanos escravizados. Nos terreiros das antigas fazendas de café, jongos eram cantados e dançados ao ritmo da percussão de tambores e cumpriam várias funções: reverência aos ancestrais, religiosidade, comunicação, crônica crítica do cotidiano, diversão, desafio entre outras. Após o fim da escravidão, o caráter coletivo e o poder de articulação dos jongos (versos chamados de pontos) mantinham uma rede de comunicação entre jongueiros, fortaleciam os laços familiares e as ações antirracistas. Das antigas fazendas de café, os jongos e os jongueiros migraram também para pequenas e grandes cidades do Sudeste e mantêm, até hoje, uma forte ligação com as escolas de samba.

 

Há referências da presença do Jongo no Sudeste desde meados do século XIX, quando a população escravizada, em grande maioria vinha da África Central.  O interesse mais sistemático dos primeiros pesquisadores, em geral folcloristas, músicos e literatos, pode ser registrado nas primeiras décadas do século XX.  Em suas avaliações, o Jongo estaria fadado ao desaparecimento em função da morte dos últimos africanos, da urbanização e das políticas repressoras e discriminatórias.  Enganaram-se! O Jongo e os jongueiros resistiram. Ao longo do século XX, famílias de jongueiros souberam mantê-lo vivo como um patrimônio herdado e reconstruído em meio às difíceis condições de vida. A partir de mobilizações dos movimentos culturais negros, das ações afirmativas e políticas de apoio ao patrimônio imaterial, comunidades negras jongueiras começaram a ganhar visibilidade, fortalecendo suas formas de organização, articulação, resistência e luta antirracista. Em algumas regiões o Jongo é conhecido como Caxambu”.

 

 

 

A partir dos estudos acima referenciados e baseando-se, mas robustas evidências de que o Jongo se tratava de uma importante manifestação cultural afro-brasileira, o IPHAN inicia, em 2001, o processo para o tão sonhado reconhecimento, como veremos a seguir.

 

 

O Jongo é composto por três elementos centrais: Percussão, Canto e Dança.        

A percussão                                                                                  

A percussão é formada por três tambores: Tambu (o maior e mais grave), Caxambu (de porte médio, de som intermediário) e o Candogueiro (o menor e mais agudo).

Os dois primeiros fazem a marcação, enquanto o último dá o ritmo, acompanhado por palmas, resultando numa harmonização contagiante.

Os tambores são afinados ao calor do fogo, elemento sempre presente numa roda de jongo.

Os grupos mais tradicionais, como o Tamandaré, Arrozal, Pinheiral entre outros, utilizam mais o Tambu e o Candogueiro, em suas rodas. Tem grupos que inserem outros instrumentos, o grupo da Serrinha, por exemplo, utiliza violão, cavaquinho e Agogô.

                             



 

O canto                 

A música no Jongo é chamada de ponto, que pode ser cantado por um ou mais solistas.

os jongueiros procuram vencer um ao outro num desafio, através dos “pontos” do Jongo. A dificuldade reside no texto dos pontos, pois são todos enigmáticos e metafóricos.

Ponto é uma pergunta versificada, cantada, falada ou declamada que o oponente precisa adivinhar o que seja. Se adivinhar, ele “desata” ou “desamarra” o ponto.

Os pontos encerram um sentido simbólico que dá às palavras uma semântica peculiar aos jongueiros, possibilitando o entendimento entre eles. As frases curtas retratam o contato com a natureza, o dia a dia do trabalho braçal nas fazendas, a revolta com a opressão sofrida e a saudade da África. Sempre no linguajar do homem rural.

“A Essência do Jongo sempre foi o uso da metáfora, da poesia como linguagem codificada da qual o novato, o recém-chegado no jongo, não consegue compartilhar.

 

 

 

 A dança                                                                     

                            

O Jongo é dançado no formato de círculo, sempre ao lado de uma fogueira. Uma roda é formada com todos os participantes e, ao som dos tambores, um casal se aproxima do centro da roda e inicia a evolução da dança, com movimentos coreografados circulares, normalmente, no sentido anti-horário, com giros de 180 e 360 graus, sendo que, no último passo de cada giro, imprime-se uma força maior, resultando uma pisada mais forte, acompanhando o toque do Tambu (tambor de som grave) e, no momento em que os parceiros aproximam-se os corpos, simulam uma umbigada.

Os parceiros são trocados, quando um componente do grupo ou convidado, se habilita a entrar na roda, pede licença com um gesto, estendendo a mão a um dos dançarinos, solicitando o acesso à roda.


 

Esse é o formato mais comum, nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo. Já em Minas Gerais e no Espírito Santo, alguns grupos adotam um formato diferente: A roda é composta pelos convidados e tocadores, os dançarinos ficam no interior do círculo e dançam separadamente, cada um ao seu estilo, sem a formação de casais.

Segundo a folclorista Maria de Lourdes Borges Ribeiro, a cultura do Jongo tem desaparecido no Vale do Paraíba, já foi muito importante em São Luís do Paraitinga, atualmente, porém, o Jongo está presente no Vale do Paraíba Paulista com grupos ativos apenas nas Cidades de Piquete, Guaratinguetá e São José dos Campos. Entretanto, as cidades paulistas onde havia comprovada a existência do jongo são: Cunha, Caçapava, Ilha Bela, Salesópolis, São José dos Campos, Votuporanga, Caraguatatuba, Lorena, Miracatu, Pirassununga, Redenção da Serra, Taubaté, Iguapé, Ubatuba, Pindamonhangaba, Areias, Lagoinha, São José do Barreiro, Bananal, Queluz, Saveiras, Cachoeira Paulista, Piquete, Guaratinguetá, Aparecida, Campinas, Jacareí e São Luís do Paraitinga”.

 

Muitas comunidades jongueiras podem ser encontrada no Sudeste.

Algumas podem não ter sido contempladas na lista abaixo:

 

São Paulo

 Jongo Crioulo - TAUBATÉ.

Jongo de Piquete - PIQUETE.


Jongo Dito Ribeiro - CAMPINAS.

Jongo do Tamandaré - GUARATINGUETÁ.       

Jongo dos Guaianás - SÃO PAULO.

Jongo Embu das Artes - EMBU DAS ARTES.

Jongo Filhos da Semente - INDAIATUBA.

Jongo Lagoinha - LAGOINHA.                          

Jongo Mistura da Raça - SÃO JOSÉ DOS CAMPOS.

Jongo Tiduca - CANANEIA.

Jongo Zabelê - CUBATÃO.

 

Rio de Janeiro      

Caxambu Michel Tannus - MIRACEMA.

Caxambu de Pádua - SANTO ANTÔNIO DE PÁDUA.

Caxambu Renascer, VASSOURAS.     

Jongo da Serrinha - RIO DE JANEIRO.

Jongo de Arrozal, PIRAÍ.

Jongo Filhos de Angola - BARRA DO PIRAÍ.

Jongo de Porciúncula - PORCIÚNCULA.

Jongo do Bracuí - ANGRA DOS REIS.

Jongo da Lapa - RIO DE JANEIRO.

Jongo do Quilombo São José da Serra - VALENÇA.

 

Minas Gerais              

Grupo de Caxambu da Maria Rosa - CARANGOLA.

Grupo de Caxambu de Seu Arlindo - CARANGOLA.

Grupo de Caxambu do Louzada - CARANGOLA.

Jongo do Folclórico - BIAS FONTES

Jongo de Colônia do Paiol, BIAS FONTES

 

Espírito Santo

Caxambu do Horizonte - ALEGRE

Banda de Jongo de São Benedito - ALFREDO CHAVES.

Jongo de São Benedito Sol e Lua - ANCHIETA

Tambores de São Mateus - ANCHIETA

Comunidade de São Mateus, ANCHIETA.

Caxambu Alegria De Viver - CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM.

Caxambu da Velha Rita - CACHOEIRO DE ITAPEMIRI.

Caxambu Santa Cruz - CACHOEIRO DE ITAPEMIRIM.

Jongo do Mestre Wilson Bento - ITAPEMIRIM.

Jongo de São Bartolomeu - CONCEIÇÃO DA BARRA

Jongo de Santa Ana - CONCEIÇÃO DA BARRA.

Jongo de São Benedito e São Sebastião - CONCEIÇÃO DA BARRA.

Jongo de São Benedito das Piabas - CONCEIÇÃO DA BARRA.

Jongo de Santa Bárbara - CONCEIÇÃO DA BARRA.

Jongo de Cosme Damião - CONCEIÇÃO DA BARRA.

Jongo de Nossa Senhora da Aparecida - CONCEIÇÃO DA BARRA.

Caxambu Andorinhas - JERÔNIMO MONTEIRO.

Caxambu da Associação Folclórica de Santo Antônio de Muqui, MIMOSO DO SUL.

Caxambu da Família Rosa - MUQUI.

Jongo Mãe África Pátria Amada - PRESIDENTE KENNEDY.

Jongo de São Benedito - SÃO MATEUS.

Jongo de Santo Antônio - SÃO MATEUS.

 

Referencial teórico                

As produções acadêmica e literária sobre a cultura do Jongo, ainda são muito pequenas, normalmente, o tema aparece como um subproduto, um elemento secundário, em teses e artigos publicados sobre a culturas afro-brasileiras. No entanto, esse aporte teórico será essencial para fundamentar o desenvolvimento deste trabalho.

Na década de 1940, o pesquisador norte-americano, Stanley J. Stein, em suas andanças pelo Vale do Paraíba, passou uma temporada no município de Vassouras, estado do Rio de Janeiro, e colheu um rico material sobre a o Jongo e registrou em áudio, depoimento e cânticos de jongueiros, que resultou na obra “Memória do Jongo: as gravações históricas de Stanley J. Stein. Vassouras, 1949”, organizada por Silvia Hunold Lara e Gustavo Pacheco; Além das obras as seguir, esse é um material teórico de grande valia.