Nascida escravizada no
condado de Dorchester, em Maryland, Tubman foi espancada e açoitada por seus
vários senhores durante a infância. Ainda jovem, ela sofreu uma lesão craniana
traumática quando um senhor de escravo jogou uma peça de metal num
escravo fugitivo, mas acabou acertando-a. A lesão causou tonturas, dores e
períodos de hipersonia (sonolência extrema) que ocorreram ao longo de sua vida. Depois do
ferimento, Tubman começou a ter visões estranhas e sonhos vívidos, os quais
atribuiu a premonições de Deus. Estas experiências, combinadas com sua educação
metodista levaram-na a se tornar uma religiosa devota.
Em 1849, Tubman
escapou para a Filadélfia, mas imediatamente voltou a Maryland para resgatar
sua família. Lentamente, um grupo de cada vez, ela trouxe parentes consigo para
fora do estado e, eventualmente, guiou dúzias de outros escravos à liberdade.
Peregrinando à noite e sob sigilo extremo, Tubman (ou "Moisés", como
era chamada) "nunca perdeu um passageiro". Depois da
aprovação do Fugitive Slave Act de 1850, ela
ajudou a guiar fugitivos mais ao norte para a América do Norte Britânica,
e ajudou escravos recém libertados a encontrar trabalho. Tubman conheceu John
Brown em 1858 e ajudou-o a planejar e recrutar apoiadores para seu ataque
a Harpers Ferry em 1859.
Quando a Guerra
Civil Americana eclodiu, Tubman trabalhou para o exército da União, primeiro
como cozinheira e enfermeira, depois como batedora armada e espiã. Foi a
primeira mulher a liderar uma expedição armada na guerra, guiando o ataque no
rio Combahee, que liberou mais de 700 escravos. Depois da guerra, ela
aposentou-se e passou seus dias na propriedade de sua família, adquirida em
1859 em Auburn, no estado de Nova Iorque, onde cuidou de seus pais já idosos.
Ela atuou no movimento pelo sufrágio feminino até a doença lhe impossibilitar
de fazê-lo, quando foi internada num asilo para afro-americanos idosos que
ajudara a criar anos antes. Depois de sua morte em 1913, tornou-se um ícone de
coragem e liberdade.
Fotografia de 1887 de Harriet Tubman, seu marido Nelson Davis e sua filha adotiva, Gertie.
Harriet Tubman casou-se com Nelson
Davis, em 18 de março de 1869, com quem adotaram a filha, Gertie. Nascido na Carolina do Norte, seu marido
serviu como soldado raso no 8º Regimento de Infantaria Colorida dos Estados
Unidos de setembro de 1863 a novembro de 1865. Nelson morreu em 14 de outubro
de 1888 de tuberculose.
A grande Harriet Tubman morreu de pneumonia em 1913, aos 93 anos, cercada por familiares a quem ela disse: “Vou preparar um lugar para você”.
Por Eufrate Almeida
Fonte: The New York Times