Autores:
- Eufrate Almeida – Educador, jornalista, repórter fotográfico, ativista em movimentos sociais e pesquisador das culturas africana e afro-brasileira.
- Marisa do Nascimento - Educadora
Disciplina: Inglês
Escola: EMEF Senador Teotônio Vilela – CEU Paz
Introdução:
Basta
um olhar atento ao caminharmos pelas ruas dos bairros periféricos, para encontrarmos
nuances dos Países africanos expressas nos olhares das crianças, nos jovens com
roupas coloridas e gingado próprio - ávidos por um trabalho digno – e, na face
dos mais velhos, suas histórias de vida, luta e fé. São quase todos negros e,
seguindo a premissa, expressa acima, desconhecem suas origens.
Em
certos indivíduos os traços africanos são tão evidentes que facilmente um etnólogo
identifica a qual grupo étnico eles pertencem. Na verdade, nos deparamos com
remanescentes de quilombos Se fizermos um levantamento histórico das regiões, descobriremos
muitos quilombos extintos na periferia. Por consequência, muitos desses
indivíduos são herdeiros que tiveram suas terras passadas de pai para filho até
chegar aos dias de hoje.
“Pouco ou nada se falou sobre a África para os
jovens de hoje, afro-descendentes ou não Para muitos a África ainda é um
mistério ou, pior ainda, quando aparece nos noticiários, é como palco de
terríveis guerras civis e epidemias. Mas a África é bem mais do que isso. Na
verdade, não existe apenas uma África, mas incontáveis, ricas em histórias e
tradições”.
(Lendas Negras – Júlio Emílio Braz).
(Negros e Currículo – Núcleo de Estudos Negros – NEN)
Diante disso, o Projeto “Meu Bairro Meu Quilombo” propõe ações
onde os educandos poderão refletir sobre a discriminação e o preconceito, bem
como reconhecer a identidade africana do povo brasileiro e sua importância para
a promoção da igualdade racial.
Justificativa:
A implementação da Lei 10.639/03, que institui a obrigatoriedade
do ensino da História e Cultura Africana e Afro-brasileira nas escolas públicas
e particulares, de ensino fundamental e médio, alterando a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB), garante a divulgação e preservação da cultura negra no
currículo escolar, possibilitando a todos a oportunidade de compreender as
questões étnico-raciais e contribuindo para uma educação de direitos humanos.
Objetivos:
·
Envolver a comunidade nas
atividades escolares, humanizando as relações.
·
Ensinar a Língua Inglesa, com
tradução, leitura e interpretação de livros biográficos e das legendas
apresentadas nas fotos da comunidade, que serão expostas.
·
Propor ações com as quais os
educandos poderão refletir sobre a discriminação e o preconceito, assim como
reconhecer e transmitir a identidade africana do povo brasileiro e sua
importância para a promoção da igualdade étnico-racial.
·
Produzir um livro, com papel
reciclado; contendo as fotos expostas, com as legendas em inglês; além dos
aspectos similares das comunidades: Quilombo Ivaporunduva e Jardim Paraná.
·
Transformar os espaços escolares
em atividade cultural.
·
Exaltar a autoestima dos
educandos.
·
Integrar as diferentes áreas de
conhecimento, para implementação da Lei n°
10.639/03.
Estratégia:
Atividades desenvolvidas nas aulas de História:
1. Os educandos responderão a um questionário diagnóstico com
questões relativas à sua identidade étnica, à discriminação e preconceito
contra o afro-brasileiro, o conhecimento do continente africano, ação
afirmativa, a escravidão no Brasil.
2. Após análise das questões, os alunos assistirão a uma palestra
interativa, a respeito dos seguintes temas: “A história do negro no Brasil:
avanços e desafios (cotas e ações afirmativas”, “O continente africano”; “A
identidade do povo brasileiro”).
3. Os educadores poderão propor as seguintes atividades aos
educandos: leitura de livros (acervo do programa: A Cor da Cultura ou da
Bibliografia Afro-Brasileira, etc.) e discussão dos filmes: Vista a Minha Pele,
A Rota dos Orixás entre outros.
4. Alguns alunos serão fotografados com suas famílias.
Atividades desenvolvidas nas aulas de Inglês:
1. Leitura de livros sobre a biografia de Nelson Mandela, Martin
Luther King e Pelé. Os alunos identificarão frases dos livros, adequadas às
famílias retratadas na exposição: “Meu Bairro, meu Quilombo”.
2. Discussão com os alunos sobre as frases em Inglês, que serão
utilizadas para ilustrar as fotos.
3. Aplicação de exercícios de leitura, tradução e interpretação
das legendas produzidas nas fotos.
4. Abertura da exposição: “Meu Bairro, meu Quilombo”, com fotos
dos alunos e do Quilombo de Ivaporunduva.
5. Os alunos participarão de uma oficina para produção de papel
reciclado e montagem do livro: “Meu Bairro, meu Quilombo” (contendo as fotos
expostas, com as legendas em inglês; além dos aspectos similares das
comunidades: Quilombo Ivaporunduva e Jardim Paraná).
Sensibilização dos educadores para a integração das diferentes
áreas de conhecimento no projeto.
Obs.:
As atividades, abaixo propostas, não abordam todas as áreas do
conhecimento, pois, deverão ser adaptadas a realidade escolar e possuem um
caráter sugestivo para estímulo dos educadores.
Materiais Utilizados:
Filmes para a produção, revelação e ampliação de fotos dos alunos,
molduras para a exposição que ficará fixa na unidade escolar.
Fotos da Comunidade Remanescente do Quilombo de Ivaporunduva, para
a exposição no Mês da Consciência Negra.
Mapa do continente africano, televisão, DVD Player e aparelho de
som.
As fotos dos alunos deverão constar do acervo pedagógico da EMEF
Senador
Teotônio Vilela e deverão ficar, preferencialmente, expostas na
escola.
Livros do acervo do programa a Cor da Cultura ou da Bibliografia
Afro-Brasileira
Filmes: “Vista a Minha Pele”, “A Rota dos Orixás”.