PÁGINAS


A ÁFRICA QUE FALA PORTUGUÊS







A África Que Fala Português (devidamente registrado na Biblioteca Nacional, sob nº 816.029) é um projeto de edição de um livro e a produção de um documentário em série, sobre os aspectos culturais dos seis países africanos, que têm o português como idioma oficial (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe). Seu conteúdo discorre sobre história, educação, política, literatura, economia, geopolítica, meio ambiente e a posição geográfica de cada país.

O projeto encontra-se à espera de patrocínio e apoios institucional e financeiro, para a sua realização.
contato:
+55-11 98729 2595
eufratealmeida@gmail.com 



Sobre o Autor

Eufrate Almeida é jornalista, pedagogo, educador físico e é formado em cinema; pós-graduado em educação para diversidade e cidadania, com extensão em diversidade e inclusão social em direitos humanos, com foco nas relações étnico raciais, pela USP.
Nas ações desenvolvidas pelo jornalista, destacam-se o trabalhos com enfoque sociocultural retratando paisagens, vida social e cotidiana de povos africanos, em países como: Senegal, Costa do Marfim, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Gâmbia e o projeto de resgate da memória histórica dos quilombolas do Vale do Ribeira, em São Paulo, que evidencia a composição de quilombo como uma sociedade política, democrática e economicamente organizada - modelo considerado por ele, o precursor da atual globalização (ações que geraram matérias jornalísticas em diversos veículos de comunicação).
Na área cinematográfica, Eufrate produziu o documentário Tambores de Arrozal, dirigiu os curtas-metragens Jongo de Arrozal e Fragmentos da Mitologia Iorubá e, também como diretor, está em fase final de gravação do longa-metragem A Cada 23 Minutos.
Ainda na produção artística, já realizou mais de 70 exposições fotográficas, sobre os mais variados temas.
Na militância social, é ativista dos movimentos sociais negro, ambientalista e de proteção animal; é presidente do IRVV - Instituto Resgate e Valorização da Vida e presidente do IBASA - Instituto Benemérito Angelina Salvatore.

A condição de sujeito no processo de formação de opinião, por meio da produção de textos e de imagens, fotográficas realizada por Eufrate Almeida, alicerçada nas experiências obtidas em viagens pelo Brasil e pelo continente africano, lhe permite uma visão crítica sobre as ações, causas e efeitos da sociedade brasileira; o direciona para o desenvolvimento de projetos que disseminem informações sobre os mais variados segmentos e o irmana aos grupos que tiveram cerceados, os seus direitos mais elementares.

"O meu ativismo no Movimento Social Negro, se deu por indignação sobre a mídia brasileiraA inquietude que me acompanha desde muito jovem, não me permitiu aceitar calado, o tratamento sob o qual a mídia impunha à população negra: criando e perpetuando estereótipos; satanizando as religiões de matriz africana; manipulando informações oriundas do continente africano – transmitindo apenas as mazelas ocasionadas por guerras civis, eventos promotores do desequilíbrio social, fome, doença e miséria –; adicionando aspectos sensacionalistas ao imaginário da população e causando um verdadeiro genocídio existencial e cultural na população negra brasileira.
Em viagens ao Cabo Verde, Guiné-Bissau, Senegal, Gâmbia e Costa do Marfim, nas quais pude retratar algo diferente daquilo que a mídia brasileira, com caráter alienadora, principalmente a televisão, sempre apresentou. Iniciativa que me permitiu formar um conjunto de ações e oportunizou a socialização dessa experiência, com grande parte da comunidade escolar, por meio de palestras, exibindo imagens fotográficas, projeção de vídeos, relatando fatos vividos e reproduzindo aspectos históricos – material de estudo, ao longo de décadas.
A iniciativa de ministrar palestras temáticas, no segmento étnico em instituições de ensino, se deu no início dos anos noventa, após um convite que recebi para fazer uma exposição fotográfica numa unidade escolar, na zona norte da São Paulo, do material que eu acabara de produzir. Convite aceito, exposição feita. Desde então, foram incontáveis encontros com professores e alunos das redes pública e particular de ensino.
Estas vivências me revelaram o total desconhecimento da população brasileira, sobre a África, onde o lado negativo sobrepunha aos aspectos positivos daquela cultura. Fenômeno causado pela ausência de estudo sobre aquele continente.
Pesquisas desenvolvidas por especialistas em comportamento humano, esclarecem que a falta de conhecimento histórico de um povo, dificulta a sua autoaceitação. E esse déficit, é diagnosticado nos ambientes escolares em que atuo. No caso dos alunos negros, esses demonstram baixa estima e total desconhecimento sobre a sua história, portanto, não se identificam enquanto integrante do seu grupo e não se veem estimulados para isso. Por outro lado, os alunos não negros, também, têm sua formação cultural prejudicada pela falta de conhecimento sobre a origem da maioria de seus colegas, o que colabora para o desrespeito às diferenças, indutor do preconceito étnico.
De maneira muito natural, a escola brasileira comete um crime, muitas vezes irreparável; provoca a evasão escolar das crianças negras, evasão esse, responsável pela produção de uma legião de semiletrados e gerações de analfabetos.
As atuações em sala de aula me fizeram perceber nos alunos, coisas vividas na minha infância, o que serviu para um descortinar de horizonte no meu trabalho, possibilitando a criação de novos projetos, transformando-me em educador. Não bastarão leis, se não houver a transformação de mentalidades e práticas de uma educação antirracista. Daí surge o papel estruturante dos educadores, que adquiram as informações, que promovam a discussão acerca dessas temáticas, que motivem a reflexão individual e coletiva, além de contribuírem para a superação e eliminação de quaisquer tratamentos preconceituosos no ambiente escolar. Iniciativas no campo da formação continuada de profissionais da educação, são fundamentais para ampliar a compreensão e fortalecer a ação de combate à discriminação e ao preconceito".
A partir do século XX, as lutas pela igualdade de gênero, etnia e pelo respeito à diversidade têm sido uma prática constante.  Entretanto, o predomínio de atitudes e convenções sociais discriminatórias em todas as sociedades é uma realidade tão persistente quanto naturalizada no território brasileiro.
Mesmo diante desse quadro o país tem conquistado importantes resultados na ampliação do acesso e no exercício dos direitos, por parte de seus cidadãos. No entanto, há ainda, imensos desafios a vencer, quer do ponto de vista objetivo, como a ampliação do acesso à educação básica e de nível médio, bem como do ponto de vista subjetivo, como o respeito e a valorização da diversidade. As discriminações de gênero, etnia e por orientação sexual, como também, a violência homofóbica são produzidas e reproduzidas em todos os espaços sociais. A escola, infelizmente, é um deles.