PÁGINAS


JONGO: UMA CONTRIBUIÇÃO DA CULTURA AFRICANA AO BRASIL

ESTE FILME FOI SELECIONADO NO FESTIVAL INTERNACIONAL DE CINEMA NEGRO - ZÓZIMO BULBUL 2019.

TEASER



Tambores de Arrozal é um documentário idealizado por um grupo de documentaristas cariocas, produzido pela Produzcultura, com direção de Calos Júnior e produção executiva de Eufrate Almeida, que relata a cultura do jongo. Tradição enraizada no povo arrozalense, grande parte, descendente dos povos africanos, trazidos como cativos para a agricultura da região conhecida como Vale do Café.
Com o objetivo de reconhecer a significância dos praticantes do jongo arrozalense, como protagonista de sua história, o documentário debruçou-se sobre o conteúdo, com narrativa e formação de rodas de jongo, em planos cinematográficos, para imortalizar em registro digital, a resistência das práticas culturais de seus ancestrais, no cultivo de suas raízes e incentivar as novas gerações, para darem continuidade à cultura do jongo, como herança histórica da região.
A História das comunidades remanescentes dos quilombos, não estaria completa, não fosse pela musicalidade dos descendentes de africanos.  A comunidade de Arrozal, distrito de Piraí, no Estado do Rio de Janeiro, carrega uma das heranças históricas da cultura africana, revelada em seus cantos e danças.
Jongo, também conhecido como caxambu e corimá, é uma dança de origem africana, praticada ao som de tambores; é uma música, essencialmente rural e faz parte da cultura afro-brasileira; influenciou, em especial, na formação do samba carioca, e a cultura popular brasileira como um todo. Segundo os jongueiros, como são chamados os seus praticantes, o jongo é alma e espírito do samba. O grande fruto dessa cultura, sem dúvida, foi o samba! Com seus tambores, construídos a partir de tronco de árvore e pele de animal, afinados ao calor da fogueira, o Jongo era o ritmo mais tocado no alto das primeiras favelas cariocas. Nas casas dos antigos sambistas e compositores de respeito e, na velha guarda das escolas de samba, havia sempre rodas de Jongo. Do ritual de encontro entre jongueiros, por meio de poesia de improviso a ser decifrada, surgiram os famosos versos de partido-alto e do samba de terreiro, que devem ser criados na hora, pelo improvisador, e respondido pelo desafiante. Uma herança clara das Rodas de Jongo.
São João Batista do Arrozal ou simplesmente Arrozal, é o terceiro distrito do Município de Piraí-RJ, e tratava-se de uma região muito próspera na agricultura; ocupava a mão de obra de, aproximadamente, dez mil negros escravizados nas culturas de arroz, cana de açúcar e café.
Até final do século XIX, o local serviu de entreposto comercial, grande parte da produção agrícola dos municípios paulistas e mineiros, do Vale do Paraíba, escoava por Arrozal, em direção aos portos do Estado do Rio.
Hoje, pouco mais de sete mil pessoas vivem em Arrozal e menos de 1% mantém as tradições de seus ancestrais, oriundas do continente africano, é nessa parcela que o jongo sobrevive.


Eufrate Almeida
Diretor executivo
+ 55 (11) 98729 2595 / 95772 1203
eufratealmeida@gmail.com