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CARLOS JÚNIOR: REPÓRTER DE GUERRA



Esta entrevista revela um pouco do quão corajoso precisa ser um Repórter de Guerra. Carlos Júnior é um fotojornalista diferente daqueles que de tempos em tempos, são convocados para cobrir uma determinada guerra, pois ele convive diariamente com a guerra do tráfico nos morros e favelas do Rio de Janeiro.
Assistindo a esta entrevista, vieram à mente dois filmes representativos: Repórteres de Guerra, protagonizado por Ryan Phillippe, sobre a vida de quatro repórteres enviados à África do Sul, para cobrir as eleições, após o apartheid. E o mais emblemático, Cidade de Deus, quando o garoto Buscapé, interpretado por Alexandre Rodrigues, “acidentalmente” se transforma num repórter fotográfico, cobrindo o dia a dia do morro onde o enredo do filme é desenvolvido, e foi nele que vi a figura de Carlos Júnior. 
Estou falando de um profissional que podemos chamar de um repórter fotográfico completo, pois tem a questão social aflorada em suas atitudes. Sua atuação não se resume aos constantes tiroteios nos morros, pelas suas lentes passam manifestações culturais, sociais e esportivas.  O seu trabalho tem valores inestimáveis, ele criou o projeto social “Visões do Morro”, uma iniciativa que, por meios de oficinas e cursos profissionalizantes, oportuniza o acesso de crianças e jovens de comunidades carentes do Rio de Janeiro, a vivência com a fotografia, distanciando-os do envolvimento com o crime.
Há anos venho acompanhando o trabalho desse exímio fotógrafo e em conversa, por telefone, fiquei deveras orgulhoso em saber que antes de se transformar no brilhante profissional, ele olhava o meu trabalho e desejava fazer algo semelhante. Foi motivo de muito orgulho e satisfação saber que fui fonte de inspiração para a sua formação profissional. 
Por: Eufrate Almeida