Jongo, também conhecido como caxambu e
corimá, é uma dança de origem africana, praticada ao som de tambores;
é uma música, essencialmente rural e foi desenvolvido na região sudeste,
que compreende os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Espírito
Santo; influenciou, em especial, na formação do samba carioca, e
na cultura popular brasileira como um todo. Segundo os jongueiros,
como são chamados seus praticantes, o jongo é alma e espírito do samba. O samba, sem
dúvida, foi o grande fruto dessa cultura! Com seus tambores, construídos a
partir de tronco de árvore e pele de animal, afinados ao calor da fogueira, o
Jongo era o ritmo mais tocado no alto das primeiras favelas cariocas. Nas casas
dos antigos sambistas e compositores de respeito e, na velha guarda das escolas
de samba, havia sempre rodas de Jongo. Do ritual de encontro entre jongueiros,
por meio de poesia de improviso a ser decifrada, surgiram os famosos versos de
partido-alto e do samba de terreiro, que devem ser criados na hora, pelo
improvisador, e respondido pelo desafiante. Uma herança clara das Rodas de
Jongo.
São João Batista do Arrozal ou simplesmente Arrozal, é o
terceiro distrito do Município de Piraí-RJ, e tratava-se de uma região muito
próspera na agricultura; ocupava a mão de obra de, aproximadamente, dez mil
negros escravizados nas culturas de arroz, cana de açúcar e café.
Até final do século XIX, o local serviu de entreposto
comercial, grande parte da produção agrícola dos municípios paulistas e
mineiros, do Vale do Paraíba, escoava por Arrozal, em direção aos portos do
Estado do Rio.
Hoje, pouco mais de sete mil pessoas vivem em Arrozal e
menos de 1% mantém as tradições de seus ancestrais, oriundas do continente
africano, é nessa parcela que o jongo sobrevive.